Pairam
sobre meus olhos lembranças incertas, embaçadas feito sujeira na
janela que por muito tempo estiveram escondidas sob densas cortinas
de determinação.
Engoli
seco o que me veio a boca, não foi amargura, era a mais doce
tristeza.
Senti
a traqueia se comprimindo e os pulmões pareceram se encolher no
peito.
Por
um momento, também senti o coração parar de bater.
Meus
dedos se atraíram feito ímãs invertidos e não consegui disfarçar
a inquietação, quase pude prever minha tez desfalecendo, os ombros
se rebaixando, o caimento dos olhos e uma curva se formando em meus
lábios. Mas ali, naquele momento, tive certeza de que o monstro é
real. E apesar do pavor que me causa, eu quero enfrentá-lo.
Mas
não posso, não sei lutar, não tenho armas e muito menos
superpoderes.
É
preciso fugir.
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