Agora

Será assim ( para nós dois )
Prova ( sem aposta )
Do que duvidamos ( em silencio )
Sobre o modo ( e não o tempo )
Que descobrimos ( todas as coisas )
Entre memórias ( reveladas )
Por medo ( pela solidão )
Entre mãos ( e o resto )
Que te pertence ( que me falta )
Venha ( então me leve )
Enquanto acordo ( pra ver seu sonho )
(De aroma doce, e sabor amargo)

OcO

Se é desprovido do que eu posso tocar,
É cheio de ar que eu posso sentir.
Para ser casca,
Precisa cobrir alguma coisa,
Mesmo que seja outra,
Que envolva outra,
Até que sobre apenas um eu
Que de vazio só tem vontade.
Enquanto se fecha,
Para não escapar o que guarda,
Sei que acumula minúcias para desentender.
Coleção de potes talvez,
Esperando algo viscoso para guardar.
E ei de solidificar sua vontade, petrificar cada pedacinho,
E quebrar.
Para do pó fazer barro,
E então molda-lo como nunca deixou de ser.
Desmanchar, e recriar.
Trabalho e prazer,
Apenas para preencher o que realmente é vago,
O tempo.

Cegueira..

Me sinto tão grande, e o céu está tão baixo...
Traga perguntas para meus porquês. Assim não terei tempo para questionar tantas mentiras.
As vezes crio problemas, os quais eu já tenho a solução para usar como desculpas, e esconder a minha culpa de querer.
De todo modo, sai de mim as opções, então não há como estar errada.
Escolhas para gerar mudanças.
Planejamento inconsciente que apóia a insanidade, quando olho pra mim e consigo me explicar.
Venha.
De novo em sonho.
Das minhas escolhas, onde estiveram meus erros, mostre-me como faço mudar meu passado a cada anoitecer.
Quando reina a lua e estrelas são apontadas.
Me descubro.
Revelo o tempo que perdi e ainda tenho.
Das cabeças que acariciaram meus pés, e os passos que roubaram meu tato. Seus. Que meus olhos encontram e desprendem meus tesouros, que pesam mais do enriquecem.
Ele me contou sobre o tédio, depois do fim.
Pra mim, ainda não.
Quando deixar de ser esta, a outra me causará exaustão. Em saber sem nunca entender.
E no espelho, vai estar um sorriso doce e amargo, imortal.

Tchau Lindo!

Visita desavisada que me pega descabelada.
Me abafa com seu perfume
Enquanto torço para que não sinta o meu
Brilho nos olhos, e não nas mãos dessa vez.
Abraço forte, não apertado.
Corações encostados batendo desiguais.
Afobação que me socorre dos lábios quentes e das mãos congeladas.
Tarde demais.
O atrasado chegou primeiro.
E não deu tempo de enfeitar o eu que te fascina.
Cobrança. Pequena. Do que eu fujo.
Até outro dia, e não precisa ter pressa.
Estou muito bem acompanhada!

Subestimada

Deixe aberta a porta.
Entrarei de todo jeito.
É ai meu lugar.
E suas trancas são inventadas.
Pela janela, você encontra meus olhos
Perdidos, vidrados em sua harmonia.
Desista do labirinto que insiste em apontar.
Sabemos que no final, as coisas se ajeitam.
Peculiaridade se faz igual por ser distinta
Vontade criada para atentar.
Insensatez a fim de contradizer
Inconstância que envolve e me faz insana.

“Até um relógio quebrado parece certo duas vezes ao dia”

Mais uma!

Estrelinha que dorme sob minhas pálpebras.
Tamanha força que brota do céu.
Que na escuridão me fortalece, no clarão enlouquece.
É na sua orelhinha gorda que canto, quando fecho os olhos.
Não importa se é de amor a canção, é sempre pra ti minha voz que desafina.
Explicação da minha força.
Razão.
Que me faz sempre encontrar o lado bom das coisas.
Que me faz não preocupar e querer um mundo melhor.
Aprendi a achar soluções, ao em vez de criar problemas,
E quando não for possível, eu te afago dentro de mim
...e simplesmente esqueço.
Simplesmente, vivo a vida roubada.
Estrelinha que brilha em outros olhos, e reluz dentro de mim.
Oh, Estrelinha.
Aqui estou, hoje, com tempo livre a pensar em você.
Segurando água nos olhos e sorrindo, pois eu prometi.
A mais feliz do mundo, mesmo que de faz de conta.
Perdão.
Estrelinha minha.

Escrito

Abre aspas e deixa entrar a euforia
Fecha aspas e deixa de fora a agonia
Pressione o ponto em cima da cabeça
E coloque vir/gula em toda vontade
Exclama o que é do agrado
E reclama o que interroga
Reticências sem prender e sem escola
Acentos e acenos para trás!

A - sim

É seu, o desprazer de me conhecer.
É meu o deleite de ser assim.
Toda contradição que implora por razão.
Toda noção que me escapole.
Por dentro, dualidade.
Por fora, ensaio.
Faz da dor o seu brinquedo
Faz da paz o seu desejo
De coragem não usada
De vontade diminuída.
Conta o que te anseia
Conta que me abisma.

O que?

Fuga provocada por necessidade ou mera vontade,
Pouco importara a direção seguida,
Os caminhos levarão sempre ao mesmo lugar.
Tomada de decisões, talvez por impulso que alternam todo percurso.
Conta, brevemente, as sombras dos passos.
Quantas são.
Que formas formam as nuvens enquanto acordamos num sonho grande, seqüencial.
Evadir-se de vontades que dão lugar a medos, que morrem no colo, ainda que estreito.
Apresentar-se no espelho, e saber que sem razão e tomando nota de toda ameaça, é mais transparente do que enxerga.
Barulhos, indispensáveis que no final se calam, e deixa no silêncio o eco do que não precisa ser dito. Por ser recíproco, exalado...

Inhas.

Pessoa dividida. Desproporcionais.
Corpo e coração.
O menor pesa mais que o resto.
Euforia causada na pele e na alma.
Quem chegou primeiro importa tanto quanto quem é mais forte.
Dois para duas. As duas querem os dois.
Uma se contenta com o pouco de um e explora o outro.
Outra quer tomar um pra si, mas não quer perder o outro.
Um há de estar longe e outro dentro.
Um quinto ser, podia, se quisesse, terminar com isso. Um se possuído de amor, que teria força para lutar contra o desejo de um e a amizade de outro.
Colocar o outro em um, sem perdas.
E se as duas, fossem só uma. E permanecesse com a lógica inicial, teria as mesmas chances de estar em lugar algum.

Por pouco

Quero alimentar a demência que pode me matar.
Descontentar o muito oferecido, mas pouco entregue.
Se dor vier a causar, eu já sei dos antídotos,
A cura para seu mal, que quero injetar em mim.
Ainda prefiro mover a terra a ver que um de nós caia no abismo.
Escolho a duvida. Faça dos afagos, o empurrão que te falta.
Espero. Manipulando sentimentos tóxicos. Valendo-me de cobaias, que irão se instruir com o que eu vou causar lhes.
Por isso, me cobro. E não ligo.
Abstrusa sintonia.
Plural.

Magriiiiii

Quem sabe o cordão possa ser esticado em vez de ser rompido.
Eu já não sei quem mais precisa de quem.
Como sempre a controvérsia.
A liberdade traz o medo.
Na ausência germina saudade, contudo brota independência.
Talvez sinta falta daquilo que não tenho,
...e pode ser que eu aprenda.
Eu penso no que vai ficar pra trás,
e sei considerar o que vou encontrar pela frente.
E o dia se aproxima.
Saudade antecipada.

Quanto é?

De graça
O rubor causado pelo olhar cruzado
O perfume que rouba os sentidos
O silencio rasgado por um sorriso

De graça
O que faz o sangue correr mais rápido
Faz os pelos eriçarem
E deixa na língua uma dormência.

De graça.
A musica cantarolada inconsciente
O sorriso que por ela aparece, numa linha dura e curva.
O cerrado nos olhos que gritam à melodia e ninguém escuta.

Tipo Depoimento

Gravar sua respiração,
Registrar seu cheiro que exala em mim,
Exercitar meus olhos para se fechem como você o faz,
Minutar o sabor da minha boca após te beijar,
Fotografar o encaixe de corpo inteiro,
Encapsular o que me causa tremor e arrepios,
Cobrir tudo a minha volta, com o toque da sua pele.
E então...
Agradeço pelas impossibilidades.
Assim, preciso de você cada vez mais.

Repostando

Talvez a explicação literal de sentimentos
seja mais convincente que a poética.
Razão e emoção em um jogo
onde só há ganhador se houver empate.
Freud, Platão, Aurélio...
Sei lá,
Digita “amor” no Google,
Pega a barsa,
Faz uma enquete,
Uma coletânea de depoimentos,
Ou devore contos de fadas.
Eu continuo com minhas teorias e ressalvas.
Não gosto meramente pelo cheiro.
Gosto de ter alguém
a quem posso associar minha vontade de mudar.
Gosto dos motivos que me faz rir sozinha.
Gosto de sentir ao mesmo tempo medo e proteção.
Ah...
Quer saber?
Eu gosto e ponto final!

Faz De Conta

Faz de Conta

Que o não é sim
E o sim é mais ainda!

Que tecnicamente eu tenho a razão,
Que no final tudo dá certo,
Que o propósito das aflições,
É majorar a alegria.

Que brincadeiras são mentiras,
Que as pessoas não são iguais,
Que o dito mais vulgar
É o que por ultimo descobri.

Faz de conta que é tudo faz de conta
E aproveita.
Faz de conta que não tem ninguém olhando
Faz de conta
Que daqui a pouco o conto acaba.

Ah...
E faz de conta, que essa não é por quem me contou que a vida não passa de uma sinfonia agridoce!

Vai Saber

O conto de contos era um conto de fadas fantasiado de verdade,
O eu agora revelado, em nada depende de uma segunda pessoa.
Apenas verbos conjugados em outros tempos, sem influencia de qualquer sujeito.
Sem o chão que me foi roubado, aprendi a dar saltos altos que tem pretensão de voar.
Combinar vários tons da mesma cor, até que confunda os olhos para que não haja razão entre semelhanças e diferenças, o que há de tornar cada palavra num ponto de equilíbrio.
Compilação de complicações. Aumentadas, sufocadas.
Faz da minha vida, a melhor. Dos meus dias os mais felizes. Foco!
Particularidades cotidianas que me fascinam, provocam e tem o dor de me causar entusiasmo.
Eu questiono sentimentos, vontades, mas nada faço para sabê-los, muito menos possuí-los.
Ao ter a complicação que pedia, aclamo a simplicidade.
Agora significa muito pouco, beirando a nada.

Queridos Terraqueos

Sofro de Instabilidade Emocional
Sou masoquista musical, faço da melodia meu espírito.
Bipolar, extremista, contraditória e fugaz.
Jovem ranzinza.
Estado civil: desinteressada. Mas as vezes só não sei demonstrar.
Penso que a mentira é o começo do fim.
Socializo por conveniência, mas tenho amigos de verdade.
Eu falo o dispensável, e sempre esqueço o que queria falar.
Queria viver em horários alternativos, sem olhar no relógio.
Sem frescura, e sem paciência.
Quero o inesperado!
Não consigo enxergar o óbvio, não viajo só no que me convém.
Tenho amor próprio em primeiro lugar.
Nasci pra ser feliz, todos os dias.
Sou do 5° signo do zodíaco e isso dispensa comentários.
E eu nem sinto muito...

Quero

Eu quero o que o dinheiro não paga
Como o “sabor da fruta mordida”...
Junto com a musica sussurrada no ouvido,
Com hálito doce embriagado.
Eu quero o que o tempo não apaga,
Cicatrizes invisíveis, e tudo mais que contradiz,
Perfumes involuntários, exalados da pele,
Trazidos por qualquer brisa.
Eu quero o que a distancia não veta,
Aquilo que fica depois da despedida,
A certeza da presença remota.
No caminho de volta com os olhos molhados,
Eu quero o que o remédio não cura,
O prazer da dor,
O ensejo de esperar,
A culpa que vaga.
Eu quero o que se apaga e não esfria.
Eu quero o que o sobra e ainda falta.
Eu quero o que em paz, me aborrece.
Eu quero o que eu já tenho.
E quero sempre mais equivalente.
Aquilo que eu não puder, cobiço o querer.
Nada apetece se de mim.

Tipo Tatuagem

Me disseram que o sempre existe. O que eu nunca duvidei, apenas sugeria que o tempo para ele, era grande em demasia.
Elos sanguíneos, blindados não se soltam, porem podem nada significar. São para sempre a família que Deus nos empresta, e nós aceitamos.
Pessoas; mão, irmão e filho viram estrelas. Umedecem os olhos, incham o peito, e acima de tudo criam o sorriso mais doce e sincero que os lábios podem ter.
Assim como eternos os amigos que escolhemos e mesmo que o tempo afaste, o que me apavora, eles vão estar em algum lugar, quando tocar aquela canção ou quando as lembranças insistirem em aparecer. Eu sei que vão.
A convivência muda, os planos e as maneiras de realizá-los mudam. O futuro muda, mas o passado não.
Eu não faço promessas de sentimentos imortais, nem de companhia infinita. Mas prezo, zelo e exalto aqueles e aquilo que fazem parte do meu pequeno sempre de agora.
Aquele gostinho chegando antes no coração do que nas papilas...
Aquele perfume quando entra pelo nariz e corre nas veias...
O toque que na pele estremece os músculos...
A voz que perto do ouvido arrepia...
Isso é para sempre.
Mesmo que acabe.
A gente não esquece.

Pra Que Titulo?

Eu nasci grande, do tamanho dos olhos de quem me enxergava.
Hoje sou pequena, do tamanho que meus olhos me vêem.
Antes era o escuro, e hoje o clarão que me traz medo.
O tempo era longo e preenchido, enquanto hoje, tão curto ainda vago.
As regras que descumpria são as que hoje imponho, e aquilo que juntei prossegue faltando.
Continuo a mesma.
Sendo morte, ferida e dor, que refere a vida, cura e prazer com a mesma admiração e aversão.
Liberdade em segredo, fantasia revelada,
porque o que não couber numa xícara quente, pra mim não convém.
Velocidade que lacrimeja os olhos e seca a boca,
Faz disparar o coração e deixa brando o resto.

Começo do dia Um = Desistência!

O Medo amanheceu maior do que qualquer necessidade de provar qualquer coisa pra qualquer pessoa.
Outra dimensão molha meus olhos enquanto seca na minha garganta uma justificativa que não peça explicações.
Quase afogando na certeza que abrir mão dos prazeres do corpo seria menos difícil e mais certo.
Reciprocamente diferentes, insubstituíveis e avassaladores. O que encontro em um nem adianta procurar no outro.
Talvez, o caminho mais obvio, esse que acabei de colocar os pés, seja mais uma fuga de mim, na tentativa de assumir um eu emergente.
Tempo perdido num mundo abstrato, repleto de coisas supérfluas que roubam muito do meu pouco raciocínio, e torna grande o tempo ocioso que deveria ser pequeno.
Há coisas produtivas a serem feitas e coisas que arrancam suspiros a serem evitadas.
E a saudade que pode nem ser tão forte assim.