Não Minhas

Era uma vez, uma menina romântica que fantasia demais suas paixões e faz parte de um cenário incomum; ela vive entre seres vivos que se matam todas as noites, confinada no mundo das ilusões, no qual é permitido ser onde não está.
Ela sonha. Sonha alto e chora ao acordar. O pesadelo é abrir os olhos e sentir os ponteiros cravando lhe a pele lentamente enquanto a lua não volta.
 Oponente do sol, é ela o centro do universo.
 Semeia todos os dias seu invisível campo de morangos que jamais amadurecerão.
 Ela não se preocupa. Para que pressa, se o tempo nunca sai do lugar? Ela finge. Faz que não vê. Dissimula seus sentimentos e palavras.
 Uma boneca de pano, coração de lata e cabeça de vento.

Eu Não Tenho Amigos

Caminho a pé. Sabendo disso, não me importa o caminho.
Tenho comigo boa companhia; Afago para meu ego, combustível para minha esperança,
E o melhor par de ouvidos que já encontrei por ai.  Este que esbarra na exatidão dos meus anseios, suprindo, ainda que de mansinho, a inexplicável necessidade de andar na contramão que desde sempre trago nos pés. Excluo-me onde não caibo.
E ultimamente não tenho cabido em lugar algum...
 ...A não ser dentro da contradição dos meus pensamentos.