Reivindicação

Posso almejar que o sol não mais apareça enquanto estiver entorpecida na noite de anarquia, todavia o que não talvez não pareça é que anseio viver um amor, não de filme que finda feliz, não de novela que é recorrente, mas um verdadeiro conto de amor,
Quiçá um best-seller que surge no incomum, desenrola com entusiasmo, se emaranha e logo minha imaginação conduz.
Que dure tempo suficiente para que eu deseje que seja para sempre.
Falar besteiras e não ter que me arrepender depois, contentar em ouvir absurdos.
Preciso perder o controle consciente, provar a pior droga por curiosidade.
Nada de invenções, nada de exageros vindos de minhas fantasias.
Que simplesmente me faça melhor, compartilhe dos meus hábitos mais condenáveis e não me deixe envergonhada quando me ensinar a crescer.
Não estabeleço fisionomias e etiquetas, só cobiço que me faça implorar para ficar de olhos fechados.
Perder o fôlego e sentir o corpo arder, ouvir musicas e não ponderar a inspiração.
Não ter tempo de fazer planos, e me surpreender sem grandes pretextos.
Eu quero um amor que me encontre e que eu tenha quem procurar.
Êxtase demasiado para descrever.
Que eu creia que seja única e sobreviva quando descobrir que não fui.
Doce, amargo, quente e gelado, tudo numa coisa só como no soneto sem par.
Nada há de ter sentido, e nenhum passado deve ser mais hilário do que o dia que acabou.
Episódios de heróis, fazer o impossível, suar a dizer que nada foi.
Fugaz.
O mundo tem de estar pequeno e o planeta grande demais para me acolher enquanto não estiver perto, e quando chegar...
Ah, que me endoideça.
E todos os meios de comunicação jamais conseguirão transmitir minhas idéias,
de novo será como escrever para quem não sabe ler,
mas dessa vez tem quer ser real.
Tão real que pareça sonho.
Palavras repetidas, sentimentos já batidos.
Como aquele pretinho que nunca sai de moda.
Consisto enfim simples por tão pouco querer, e insólita por nada mais exigir.