Amor é outra coisa...


O ridículo da vida não é intensidade com que se deseja algo, é a magia que usa para conquistá-lo.
É o momento condenado ao fim fantasiado de promessas.
É ridículo desfrutar da precisão de combustíveis para a fantasia.
É ter tudo ao alcance das mãos e optar por não ter certeza sem que haja brecha para arrependimento.
Permita se estar além da cordialidade, onde os olhos tecem um dialeto de impossível tradução, onde o desejo pelo toque é contentado pela voz.
Viva a poesia, deixe que “seja eterno enquanto dure” no infinito da sua imaginação.

Abundância.

O amor corresponde às expectativas e o amado tende a frustrá-lo, as ressalvas toam comprovar.
Enquanto é apenas uma cobiça, pode ser o que quiser; ilimitado, alucinante...
Aquilo que se deseja não é o objeto, é sentimento que pulsa intensamente sem que haja permissão.
Não é abstrair da pele e se contentar com ternuras. É se alimentar daquilo que convir.
Orno cada um dos meus sonhos com os detalhes mais improváveis que minha imaginação consegue proporcionar, e ali, num mundo só meu, eles são reais. Até que me apeteço por algo ainda mais promissor e faço exatamente igual.
Crio vínculos mais fortes que sangue, as pessoas não me angustiam por não acompanharem minha audácia, e não me arrependo.
Vez ou outra, saio da rotina e permito me aborrecer, uma questão de escala comparativa, nada mais.
Ainda assim, vivo. E vivo intensamente tudo o que eu sou e viverei aquilo que hei de ser. E hei de ser muito, tudo o que nunca fui, por que amor é simplesmente a busca do que te falta e eu ainda não tenho nada.