Eu tenho um amigo que esteve ao meu lado o tempo todo,
E tenho outro que veio quando mais precisei.
Eu tenho um amigo que ainda nem sabe falar,
E tenho outros que só conseguem latir.
Eu tenho um amigo que compartilha das minhas loucuras,
E tenho outro que é razão de eu me conter.
Eu tenho um amigo que passa a mão na minha cabeça,
E outro que aponta o dedo na minha cara.
Eu tenho um amigo que me faz feliz só por existir,
E tenho outro que nem lembra que eu respiro.
Eu tenho amigo que me faz rir,
E tem aquele o qual, eu faria tudo para enxugar as lágrimas.
E tenho outro, unzinho apenas, que vale por todos os amigos que tenho.
Persona Non Grata
Meus aforismos insistem em pousar no território inimigo.
Não aprendi avaliar armas, nem as minhas e nem as dos oponentes.
Costumo ignorar o “Não” e agir como pede o resto da frase.
Sou assim há tanto tempo que não deve haver tempo de mudar.
Teimo em achar certo, fazer tudo errado.Os dias estão sonsos, preencho o tempo com subterfúgios enquanto me inundo de indecisões.
O sol a pino não me impede de sentir frio, sinto meu corpo encapado com metal e ouço o eco os gritos que mantenho em pensamentos.
O País das Maravilhas está abdicado.
De repente, se tornou maior a ânsia que o anseio.
Me tire daqui.
Não aprendi avaliar armas, nem as minhas e nem as dos oponentes.
Costumo ignorar o “Não” e agir como pede o resto da frase.
Sou assim há tanto tempo que não deve haver tempo de mudar.
Teimo em achar certo, fazer tudo errado.Os dias estão sonsos, preencho o tempo com subterfúgios enquanto me inundo de indecisões.
O sol a pino não me impede de sentir frio, sinto meu corpo encapado com metal e ouço o eco os gritos que mantenho em pensamentos.
O País das Maravilhas está abdicado.
De repente, se tornou maior a ânsia que o anseio.
Me tire daqui.
Embarque
Ela sorri enquanto tenta encontrar seu reflexo nas janelas dos ônibus que chegam.
Ele ajeita as barras da calça até que estejam milimetricamente alinhadas.
Ela repara.
Ele se incomoda.
Ensaiam: acenos, sorrisos, quiçá um cumprimento.
Desviam olhares.
Afastam desejos.
Ele com seu jeito “Cazuza”.
Ela com pode de contemplativa.
No minuto seguinte, já não estavam ali.
Se amaram perdidamente na nona plataforma.
Ele ajeita as barras da calça até que estejam milimetricamente alinhadas.
Ela repara.
Ele se incomoda.
Ensaiam: acenos, sorrisos, quiçá um cumprimento.
Desviam olhares.
Afastam desejos.
Ele com seu jeito “Cazuza”.
Ela com pode de contemplativa.
No minuto seguinte, já não estavam ali.
Se amaram perdidamente na nona plataforma.
Sinestesia
Aqui estou.
Inalando todos os cheiros que a vida exala.
Fecho os olhos para sentir seus sabores,
Alguns me dão água na boca, outras me fazem torcer o nariz.
São aromas de todas as cores,
Verde claro, rosa desbotado, um ou outro branco cintilante e vários, incontáveis tons de amarelo.
Se pudesse tocá-los seria a maioria escorregadio ou felpudos.
De olhos abertos, identifico apenas a lavanda do sabonete, o tabaco nas calçadas, os ácaros do colchão, o gengibre na panela e um toque de mim espalhado pelo ar.
Inalando todos os cheiros que a vida exala.
Fecho os olhos para sentir seus sabores,
Alguns me dão água na boca, outras me fazem torcer o nariz.
São aromas de todas as cores,
Verde claro, rosa desbotado, um ou outro branco cintilante e vários, incontáveis tons de amarelo.
Se pudesse tocá-los seria a maioria escorregadio ou felpudos.
De olhos abertos, identifico apenas a lavanda do sabonete, o tabaco nas calçadas, os ácaros do colchão, o gengibre na panela e um toque de mim espalhado pelo ar.
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