Conto de Contos

Uma historia que não começa com Era uma vez...
Sem princesas delicadas e sem heróis valentes.
E também não foi numa bela tarde de verão,
Teve magia, mas sem beijos.
Não teve encanto, tem desejo.
A protagonista se diverte com coisas erradas,
E quem perdeu o sapatinho foi o vilão.
Teve graça a bruxa se materializando em objetos.
Os pés doíam, pois não existia carruagem.
O som estava tão alto que não deu pra ouvir os sinos.
Notaram se chifres enquanto os anjos ficaram de fora,
Da boca dela não saiu palavras doces, foram apenas palavrões.
E ele nem elogiou seu cabelo, foi quase indiferente.
E a torre não era tão alta, mas ninguém sabia como chegar.
Ele desmaiou bêbado, ela não sonhou com pastos verdes.
O tic-tac do relógio permaneceu em silencio,
E quando se reencontraram continuou do mesmo jeito.
Um tanto de espanto e de novo sem encanto.
A apresentação não foi real,
Numa outra dimensão é que notaram
Que mesmo diferentes eram iguais.
Sem juras, nem sacanagem...
Entre risadas e descobertas
Uma amizade tão comum, quase banal.
Pra ele, talvez numero...
Pra ela, lacuna preenchida.
E o felizes é toda boa noite
E o pra sempre vai estar em cada reencontro,
Sem mãos tremulas ou coração batendo forte.
Apenas a certeza de que o amanha vai acontecer.
Que seremos um pro outro, só aquilo que há de ser.

Minha Parte Gay...

Algumas coisas, sentimentos principalmente, não se explicam.
São e pronto. Nem adianta pesquisar, nada consegue descrever.
Para minhas teorias considero Platão com a busca daquilo que te falta no objeto amado,
Paulo Coelho defendendo que almas se separam em duas e são lançadas no universo fazendo a razão de nossa existência, encontrar as metades,
Paulo dizendo aos corintios que o amor é benigno e não arde em ciúmes,
Não menosprezo clichês, ficção e o desequilíbrio hormonal que me faz sentimental.
Eu sou o que sou, pelo que tenho. Eu tenho amigos.
Reais, imaginários, fieis, momentâneos, cada um com seu máximo de importância.
Eu não quero, nesse momento, falar de família. Falo dos amigos que me escolheram.
Bem, falo da Cynthia e da Stephanie.
Com quem eu me encontro e me perco respectivamente.
Uma nada tem a ver com a outra e são as minhas melhores.
Cada uma a sua maneira, donas dos meus sentimentos mais sinceros. Sorrisos espontâneos, ansiedade que vale a pena, um chorinho de saudade, carinho sem maldade, conversas francas, conselhos distantes de palpites.
Eu gosto do cheiro delas, da voz, e das preferências pra não dizer gostos.
Mesmo com o mundo desabando aos meus pés, um simples telefonema me traz de volta, e não é tendência a brincar de “faz de conta” , consiste em dar valor ao que tenho de bom no lugar de reclamar o que não deu certo.
Minha felicidade não é subterfúgio. Apenas sei o essencial, o que todos deviam saber e ter como principio.
Colo de mãe é bom, companhia de irmão , namorar é bom, cachorro, sorvete, aventura é bom, musica é show, conhecer novas pessoas faz bem e se parar pra pensar tem mais bons motivos pra viver do que empecilhos, e justo quando algo, não importa a dimensão, não sai como queremos é que os amigos fazem diferença.
Eu estive mal na ausência de uma delas, sufocada em lembranças e arrependimentos, a outra leva culpa pelas minhas mancadas.
Nas desilusões, eu sorri por poder contar com elas.
Companhias. Companheira para praticar o ritual que antecipa o sim dos casamentos, pois não importa como eu estou nem onde elas estão , aquele meu órgão que serve para bombear sangue estará onde estiverem o delas.
Com lagrimas de pura alegria, agradeço por existirem, serem como são e fazer minha vida melhor!
São pra vocês que eu canto e por vocês que eu me distraio!
Emoção em exagero que não combina com meu cotidiano.
Palavras que até contradizem gestos.
Mais que chocolate e mais que “amor”...
Simplesmente amo vocês duas!