Quero

Eu quero o que o dinheiro não paga
Como o “sabor da fruta mordida”...
Junto com a musica sussurrada no ouvido,
Com hálito doce embriagado.
Eu quero o que o tempo não apaga,
Cicatrizes invisíveis, e tudo mais que contradiz,
Perfumes involuntários, exalados da pele,
Trazidos por qualquer brisa.
Eu quero o que a distancia não veta,
Aquilo que fica depois da despedida,
A certeza da presença remota.
No caminho de volta com os olhos molhados,
Eu quero o que o remédio não cura,
O prazer da dor,
O ensejo de esperar,
A culpa que vaga.
Eu quero o que se apaga e não esfria.
Eu quero o que o sobra e ainda falta.
Eu quero o que em paz, me aborrece.
Eu quero o que eu já tenho.
E quero sempre mais equivalente.
Aquilo que eu não puder, cobiço o querer.
Nada apetece se de mim.

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