Escrever
é um exercício de força.
É
preciso pegar pesado com palavras de todos os pesos e calões e
transpirar emoções pelos poros inócuos da banalidade das linhas
paralelas que se preenchem com o mesmo entusiasmo de uma criança que
olha para fora da janela do ônibus sem se preocupar com as curvas do
caminho, enquanto a bioquímica, reage em cada célula
lipossubstituída pelo tédio a transformando em um pequeno condutor
de serotonina.
É
preciso atrofiar as ideias vulgares e anabolizar os pensamentos
excêntricos.
Escrever
é se livrar daquilo que se tenta esconder sobre vestido curtos,
canções doces e relacionamentos rasos.
Escrever
é ter objetivos tão efêmeros quando fugazes a reluzirem aos olhos
de quem lê.
Escrever
é tomar um banho frio nas águas da imaginação.
É sentir câimbras
nas mãos agitadas e carregar com orgulho toda a academia nas costas;
lápis de esforço, esteira de borracha, anilhas esferográficas, sem
jamais se esquecer da dose de way de inspiração.
Escrever
é para os fortes de espírito.
Para os fracos de artigo.
E também
para aqueles que apenas almejam entre verbos e preposições um
adjetivo quase inalcançável proposto por uma oração de quem sabe
falar mas não ousa fazer.
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