Divago pela contra mão de teorias reflutantes de todos os lados.
Há tantas perguntas sem respostas e tantos contos almejando serem fatos.
As estrelas no céu não se apagam pelos pecados cometidos na Terra.
Eu fecho os olhos e me vejo correndo sem destino, os abro e me perco na escuridão da sociedade.
Ainda cultivo desejos cheios de esperanças e planos de um cotidiano não limitado por cargos e cargas.
Confronto minhas próprias ideias até encontrar algum sentido, mesmo incompreendido, a despistar a loucura eminente de deixar de existir para construir a história da minha vida.
Na altura do campeonato, no ringue da insensatez, corpo, coração e cérebro disputam o prêmio de piores decisões.
Fuga é frustração, saudade é ingratidão. Ambas são faces de uma moeda da sorte posta a mercê do azar.
O futuro é longe demais para prever o caminho e o presente curto demais para preparar a chegada.
O que há demais em parafrasear grandes imbecis para chegar a conclusões tão idiotas quanto às originais?
Eu acordei no mundo errado.
Talvez eu deva ter me perdido a caminho do asteroide B612, e desconfio que o grande Pequeno Príncipe está a minha espera para que possamos ver quantos pores do Sol foram precisos para entendermos que na nossa insignificância significamos muito um ao outro, e também às rosas e as aposas que nos vêm com os corações.
Lá fora vejo países em guerra, vejo tramas tão complexas que minha ignorância não consegue compreender e ao meu redor, só marionetes frias e covardes.
Onde está a razão?
Abstenho me de álcool e comprimidos para nao expor o juízo em risco.
Vez ou outra me permito desliga-lo por alguns momentos antes de cair em sono profundo, implorando por sonhos lúcidos, que já não mais domino com facilidade.
Rogo aos céus sinais improváveis que não me impedirão de tomar atitudes estúpidas no futuro.
As circunstâncias gritam não. O instinto sussura, quase inaudível, para ir em frente.
Medo e desejo transitam no campo minado da improbabilidade.
Na mais das vezes, espero que tudo vá pelos ares sem que se possa identificar os destroços de toda incoerência.
Se apenas bombeia sangue, o coração não é um órgão vital, não passa de um gerador de imbecialidade infinita, facilmente substituíveis por artefatos mecânicos.
É preciso disparar, bater apertado, sair pela goela e com sorte, quase parar, por paixão, por um ideal que valha a pena seguir em frente.
O que torna as pessoas medíocres são as oportunidades que elas jogam pela janela enquanto abrem as portas para as ideologias baratas vendidas como milagres.
Esqueça os meios e o "caminho do padre", varra os cantos, limpe as vidraças e refresque-se na sua própria santidade.